 Reza a lenda que a ideia dos Dead Combo surgiu na cabeça de Tó Trips e Pedro Gonçalves após terem assistido a um concerto de Howe Gelb.
Ontem, no Santiago Alquimista, junto ao Castelo de S. Jorge, foi possível assistir à actuação da dupla portuguesa, seguida de Gelb.
Os Dead Combo entraram em palco com uma introdução ambiente de guitarra e o som de uma gaita de amolador, à qual juntaram palmas em forma de loop.
O primeiro tema tocado foi o título do seu segundo disco "Quando A Alma Não É Pequena". Ao longo dos cerca de 45 minutos que estiveram em palco, foram também tocados temas de "Vol. 1", como "Pacheco" e "Rua das Chagas", e ainda uma versão de "Like a Drug" dos Queen Of The Stone Age, e "Temptation" de Tom Waits.
O imaginário sonoro dos Dead Combo tanto leva o ouvinte a uma qualquer planície árida de um deserto, como a uma esquina ao cimo de umas escadinhas em Alfama, criando deste modo uma sonoridade povoada de referências, mas ao mesmo tempo muito própria.
Howe Gelb chegou-se ao microfone para os chamar de novo a palco, juntando-se a eles ao piano para um momento de improviso.
Momento inesperado que serviu de ponto de partida para a sua actuação a solo.
Alternando entre a guitarra e o piano, o músico americano demonstrou um enorme à vontade em palco, interagindo constantemente com o público.
Confidenciou o problema de jet lag da guitarra, e o facto de já ter 50 anos, de forma descontraída, entre temas ora alegres e cheios de humor ora mais intimistas, como o que dedicou ao falecido Rainer Ptacek, seu companheiro dos Giant Sand.
Com uma imensa energia, Howe Gelb esteve cerca de duas horas em palco.
Já no final, oportunidade para escutarmos um discurso sobre a importância da audição sobre os outros sentidos e uma canção sobre o nacionalismo.
Parece que afinal a juventude se prolonga até aos 50, e ainda bem.Etiquetas: Dead Combo, Howe Gelb |
